sexta-feira, 6 de maio de 2016

DIREITOS POLÍTICOS E LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Os/As cristãos/cristãs consideram sua liberdade de pensamento e sentimentos como a comunicação entre Deus e os/as outros/outras, que impacta o seu bem-estar e suas relações interpessoais, isto também é notado no artigo 18. Embora Deus dote os seres humanos com a liberdade de escolha, como servos de Deus, ou seres libertados por Jesus, os/as cristãos/cristãs são instados/instadas a não usar sua liberdade como "pretexto para o mal".
Por exemplo, os ensinamentos e ações de Jesus e seus seguidores, não foram compatíveis com o uso da violência contra as reformas sociais, mas, em vez de viver em paz com todos/todas, os seres humanos ignoram este princípio fundamental, impedindo-os de alcançar uma reforma social. Embora possamos argumentar que Jesus tenha tido um caráter revolucionário, pois desafiou o status quo de seu tempo, ele não realizou sua missão através de uma ação política, mas sim, em fundamentos espirituais. De fato, Jesus não permitiu que as multidões o fizessem rei, mas, as convidou a seguir seus passos rumo à salvação através da oração e o doar-se ao próximo.
Isso não significa, porém, que Jesus proíba os/as cristão/cristãs de participarem das liberdades sociais. O valor cristão deve dar a oportunidade de desenvolver seu pleno potencial através de meios pacíficos, ideia expressa nos artigos 19 e 20 da DUDH. A título de exemplo, não se deve usar violência, "olho por olho, dente por dente", contra o/a outro/outra, em vez disso, deve-se encontrar formas pacíficas para se resolver às diferenças, como "dar a outra [face]" ou "seguir a segunda milha".
Se não for assim, a declaração de uma Comunidade Religiosa ou Instituto Religioso, pode causar conflitos e divisões que não conseguirão atingir o bem comum. No entanto, desde que Deus criou os seres humanos para se tornarem independentes entre si e do resto da criação, os/as primeiros/primeiras cristãos/cristãs fizeram assembleias e formulários, afim de pregar a palavra de Deus, não de fazer uso de seus direitos de cidadãos/cidadãs romanos.

Com isso, pode-se argumentar que, as comunidades cristãs tinham dado mais preferência ao surgimento de grupos de defesa dos direitos humanos, que agora, ao invés de pregar a palavra de Deus, têm evoluído para a abordagem de questões de direitos humanos.
Além disso, acreditando que a liberdade de expressão pode abrir novos caminhos para o crescimento espiritual e de mundo de uma pessoa, os/as cristãos/cristãs valorizam o trabalho criativo e a educação. Os/As cristãos/cristãs veem o direito de auto expressão como um ato que não deve insultar pessoas de outras crenças e modos de vida, como no caso de nossos irmãos de comunidades de matrizes africanas. Esta visão é coerente com o artigo 27 do direito a vida cultural.

Da mesma forma, os/as cristãos/cristãs veem o direito a educação como um meio para apreender sua religião e cultura, bem como a formação das personalidades de acordo com a criação de Deus, o artigo 26, do direito a educação, também usa uma linguagem similar. No entanto, seja como criaturas de Deus ou seres humanos que possuem dignidade, todos/todas devem se esforçar para usar sua liberdade de expressão de uma forma a não prejudicar a si mesmo ou aqueles/aquelas em torno de si.

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