quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O NATAL É PARA O POBRE E HUMILDE!


Um ambiente inesperado

Sem dúvidas, passaríamos nossas vidas inteiras em busca de uma literatura no mundo que contasse uma história tão bonita quanto a do nascimento de Jesus e não encontraríamos. A narrativa do nascimento de Cristo é especialmente profunda porque é verdadeira, e é firmemente fixada na história em um lugar real e com personagens reais. Ela começa com a anunciação a mãe de Cristo, o que em si, é um conto de singular beleza e maravilhosamente situada na vida humana.

O cenário para a anunciação espantou os leitores judeus do primeiro século, pois Gabriel ignorou a Judeia, o coração da obra de Deus através dos séculos, e foi para a Galileia, uma terra que foi objeto de permanente desprezo judaico por causa de sua população híbrida. Ainda mais, o anjo não só ultrapassou da Judeia para a Galileia, mas da cidade de Jerusalém para a aldeia de Nazaré. Nazaré era um "não-lugar". Ela nem sequer foi mencionada no Antigo Testamento ou nos escritos de Josefo ou em outros escritos rabínicos (quer talmúdicos ou midráshicos).

Não até 1962 que uma menção pré-cristã de Nazaré foi encontrada em Cesaréia Marítima. A proeminência posterior da cidade é o resultado do evangelho cristão. Nazaré era uma cidade de má qualidade, parada no meio do caminho entre as cidades portuárias de Tiro e Sidom, e foi invadida por gentios e soldados romanos. Sinceramente falando Natanael mencionou Nazaré dizendo: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" (João 1:46), implicando que ela era uma cidade miserável.

Por consenso, Nazaré não era muita coisa.

A Mãe do Camponês

Fica nítido que pulando a Judeia e Jerusalém, Gabriel também ignorou o templo, o lugar mais sagrado de Israel, e entrou na humilde casa de Maria, o que certamente não era muita coisa. Aos olhos do mundo, a própria Maria não era de muita consideração também. Era muito jovem para ter conhecido grande parte do mundo ou ter realizado alguma coisa.

De acordo com o evangelho apócrifo do Nascimento de Maria, ela tinha apenas 14 anos; e com A História de José, o Carpinteiro ela tinha apenas 12 anos. Tal como acontece com todas as pobres camponesas, ela era analfabeta, seu conhecimento das Escrituras era limitado ao que tinha memorizado em casa, ou ouvido na sinagoga.

De todos os indicadores, sua vida não seria extraordinária. Ela iria se casar com um homem humilde, dar à luz a inúmeras crianças pobres, sem ir mais longe do que apenas algumas milhas de casa, e morrer como as milhares mulheres antes dela - uma ninguém, em uma não-cidade no meio do nada.

Grande notícia para o pobre e humilde

À medida que lemos o bonito o texto da Anunciação, não podemos perder um fato inescapável: A grande novidade proclamada em Israel veio para o mais humilde de seu povo!

Maria disse exatamente isso em seu Magnificat, quando cantou: "Minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva" (Lucas 1:46-48). Nove meses depois, no dia de Natal, foi para os pobres, desterrados e humildes pastores que os anjos proclamaram em coro sua anunciação: "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre aqueles com quem está satisfeito" (Lucas 2:14).

Sempre que considerarmos aquelas/es a quem a boa notícia veio, devemos recitar uma lista pontuada pelas palavras "pobres" e "humildes". E se a encarnação acontecesse hoje, seria do mesmo jeito. O Senhor não teria nascido em Jerusalém, Roma, Londres ou Nova York, mas nas ruas normais de uma cidade sem nome.

Devemos aceitar o fato espiritual e essencial da encarnação e do evangelho: O Senhor vem para as pessoas carentes, aquelas que percebem que, sem Ele, não podem fazer nada, os que reconhecem sua fraqueza e falta espiritual.

A encarnação, salvação, ressurreição e o Natal não são para o orgulhoso, autossuficiente, mas para os pobres e humildes. 

Este post é uma adaptação de Luke: That You May Know The Truth de R. Kent Hughes que faz parte da série de comentários Preaching The Word.

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