quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O GIGANTE ADORMECIDO DO CRISTIANISMO PROGRESSISTA

É ESTE O FIM?

Phyllis Tickle sempre argumentou que a luta sobre o casamento e a sexualidade humana seria a última batalha da guerra cultural. É a última pasta da plataforma política conservadora cultural; e a pasta está desmoronando. É por isso que a luta foi tão brutal. Ele argumenta que os cristãos conservadores veem isso como o fim, e estão, portanto, dispostos a lutar até o último suspiro para defender o status quo.
Na última década uma vasta erudição emprestou o argumento progressista para a igualdade no casamento e no tratamento das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais - LGBT, hoje há muito mais consenso entre os cristãos e estudiosos do que em uma década. As "passagens Clobbers" foram dizimadas nos últimos anos e por isso totalmente desacreditadas e, a influência sobre sua discussão tem cada vez menos efeito fora dos limites dos cantos extremos da fé e de seu resíduo em nossas tradições.
A maré nitidamente mudou e ficou anos atrás. Estamos apenas sentindo as correntes agora. Assim, não é de se admirar que os guerreiros da cultura se sintam tão perturbados e ameaçados, dada a mudança dramática e aparentemente rápida (Embora, o que levou a isso, tenha sido um trabalho de base através de décadas) na cultura. A decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2013 e também da Suprema Corte Americana não foram momentos isolados, mas, um divisor de águas em meio a uma luta de meio século.
De certa forma a preocupação conservadora é correta. As coisas mudaram. Mas não de repente, e não para o mal. De muitas maneiras, essa era uma guerra cultural, lançada na década de 1980 sobre o chamado inimigo de dentro, que raramente lutou contra, mas que nos trouxe até aqui. A organização e os ralis da causa conservadora unificada não vem dos opressores não liberais, mas, de uma cultura moderada e normatizada que luta contra a pós-modernidade, esta guerra e todo seu campo de batalha são com as questões que constroem nosso mundo. Uma guerra pela fé, pela própria definição de verdade.
Isso significa que o único alvo desacreditado nesta guerra são os outros cristãos. Está nítido que é um movimento estranho, uma vez que parece ser um comportamento decididamente não-cristão.
Também é ilógico em propósito. Nenhuma parte da igreja foi mais duramente atingida pela queda da modernidade do que a linha progressista de centro. Ela tem lutado para levantar sua voz e reivindicar sua ética cristã com força e nitidez, mas, fica muito atolada e misturada a enigmas filosóficos, dicção e doutrinas.
Os cristãos conservadores têm ridicularizado as igrejas progressistas e a linha principal de suas lutas, criticando e humilhando em fóruns públicos por décadas, sempre sugerindo que seu declínio coincidirá com o declínio do liberalismo. Ás vezes indo tão longe, a ponto de chamá-lo de castigo de Deus. Nos últimos anos houve a maior taxa de declínio entre os evangélicos conservadores e os progressistas em muito tempo. Embora o cristianismo conservador tenha sido um pouco mais forte que há uma década atrás, o cristianismo progressista nunca foi tão fraco.
Por que então, os conservadores o escolheram como valentão? Em suas próprias medidas de auto-avaliação eles têm ganhado. Se a tendência continuar, eles terão vencido em questão de décadas. Então, como pode isso? O membro mais fraco da família cristã é, na realidade, o mais perigoso? Os progressistas, os mais insignificantes, ignorados e ridicularizados é, simultaneamente, o inimigo mais assustador que a igreja já enfrentou? É ambos, insignificante e aterrorizante ao mesmo tempo. Mas, e se os conservadores sabem algo que nós não sabemos? E se eles realmente sentem algo sobre o resto de nós que não percebemos ainda? Ou, mais importante, não estamos dispostos a reconhecer em nome de nossas igrejas?
Os progressistas tem desempenhado o papel de gigante adormecido que recusa-se a despertar, mesmo diante de todos os acontecimentos. Recusa-se a despertar mesmo após o 11/09 nos EUA. Recusa-se a ser despertado mesmo após a tortura de Abu Ghraib. Recusa-se a despertar após o colapso econômico. Recusa-se a despertar em meio a desigualdade de gênero, geracional e racial, a lgbtfobia, em meio ao aumento da mortalidade infantil, corrupção, desigualdades no acesso a justiça, educação e saúde.
Talvez o gigante adormecido seja lento para acordar, despertou a décadas atrás, mas é lento para ficar em pé. Mas, é difícil de controlar e impossível de parar.
E talvez, apenas talvez, eles o nomeiam de gigante, o verdadeiro gigante, o da transformação; que não são as igrejas progressistas em si, mas a ética teológica progressista que desperta muitos para abraçá-la. Pois é o próprio gigante que as igrejas conservadoras temem.
O gigante, tão aterrorizante para os privilegiados que vivem confortavelmente, para os ricos e igualmente ignorantes. Ele veio trazer o Reino, virando as coisas de cabeça para baixo, de dentro para fora. As grandes igrejas abatidas e as pequenas levantadas. Um gigante de transformação e inovação de gostos que a humanidade não via durante gerações, com novas expressões e reflexões de graça ainda não nomeamos. Este gigante vem com amor e esperança. Mas não será gentil com a supremacia branca, a justiça desigual e as contas bancárias bilionárias.
Essas coisas são fato.
Os evangélicos conservadores estão certos: a fé mais poderosa e transformadora está nascendo. Uma fé que anseia por incluir todas e todos nós.

Fonte: http://drewdowns.net

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