quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ex jogador Muller e agora pastor, critica gays e usa linguagem chula


Müller já foi seleção brasileira, mas agora é pastor. O ex-jogador de futebol nasceu em Campo Grande, vive hoje em São Paulo, mas nesta semana voltou à cidade e deixou a comunidade gay indignada. Durante sermão na Igreja Evangélica da rua 14 de Julho, ele atacou os homossexuais com frases do tipo “Deus não gosta dos aboiolados”.
Um dia depois da Parada da Cidadania (novo nome da “Parada Gay”), Müller fez sermão surpresa para os evangélicos, a convite, com teor considerado bastante ofensivo.
Foi mais uma manhã de domingo de igreja lotada, com cerca de 750 pessoas, entre gente em pé e muitos sentados também no chão. O pastor falou por mais de uma hora e, no meio do sermão, resolveu atacar os homossexuais, dizendo que tem muito homem afeminado na Igreja.
Além de “aboiolados” também usou o termo “bichona”, como quem quer “descontrair” a conversa e arrancar apoios da platéia. “Deus retirou a costela de Adão justamente para retirar toda a feminilidade do homem. Isso prova que o homem não pode ser bichona”, comentou.
Para finalizar, ao que parece, já prevendo a polêmica, garantiu: “Tô nem aí para a homofobia”.
Müller diz não se arrepender do que tem pregado em igrejas pelo País, nem dos termos usados. “Bichona, afeminado, boiola é tudo sinônimo de gay”, justifica.
Em defesa própria, recorre à Bíblia. “Não sou eu quem diz, é a Bíblia. A igreja aceita qualquer um. Eu amo os gays, mas não o que eles fazem”, argumenta.
O ex-atleta tem os títulos de bicampeão mundial pelo São Paulo e campeão da Copa do Mundo de 94. Ficou rico, mas perdeu tudo com “diversão”, como ele mesmo sempre alegou. Teve até de viver de favor na casa de outro ex-jogador e desde então combate o que chama de “deslumbramento” e vida fútil.
Nos tempos de glória, lembra que conviveu com muitos homossexuais e jura que nunca foi homofóbico. “Convivia numa boa, mas cada um no seu quadrado. Minha esposa também tem parentes gays e eu convivo bem com eles”.
Ex-gays - Aqui, o gerente de comunicação da Igreja Evangélica de Campo Grande, pastor Admar Alves Bueno, fala sobre o episódio com aparente tranquilidade e repete: “A Igreja ama os gays, mas não a pratica da homossexualidade”, mesmo sem a frase fazer muito sentido.
Ele tenta explicar melhor, novamente citando a Bíblia. “Devemos amar ao próximo, amamos, independente do que a pessoa é ou deixa de ser, mas alguns comportamentos a gente entende pela Bíblia que não são corretos”.
Para o pastor, Müller tem o direito de falar o que pensa. “Os ativistas, que são grupo pequeno, querem exigir da sociedade e das igrejas que aceitem. Mas temos liberdade para falar o contrário”.
Ele admite que as palavras “podem ter soado como pejorativas”, mas no contexto, defende que fizeram efeito. “Foi mais de uma hora de sermão e apenas 1 minuto falando disso. Você não imagina a quantidade de pessoas que aceitaram Jesus naquele dia.”
Sobre a presença de homossexuais nos cultos, o pastor garante “que a igreja aceita qualquer um”, mas comenta que com o tempo, quem não se “adapta”, deixa a comunidade.
Admar diz não levantar a bandeira da “cura gay”, mas assegura que já viu muita gente “transformada”. “Eu mesmo já fiz o casamento de dois ex-gays, que agora têm filhos e estão super felizes com as esposas”.

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