terça-feira, 26 de novembro de 2013

Clínicas usam estupro para 'curar' gays e lésbicas no Equador


Clínicas no Equador estão usando procedimentos cruéis, como o estupro, na expectativa de ‘curar’ homossexuais e outro pacientes ‘socialmente indesejáveis’, relata o jornal “Sunday Times”.
“Estamos falando de uma máfia, uma rede que opera a nível nacional, violando os direitos humanos em todas as províncias”, disse Carina Vance Mafla, ministra da Saúde, abertamente lésbica, do Equador.
Várias clínicas já foram fechadas, mas algumas ainda permanecem abertas e estão na mira do governo, segundo Mafla.
Do início do ano até o momento, mais de 500 cidadãos equatorianos foram recuperados desses lugares. Dois morreram em uma clínica em 2012.
A publicação relata o caso de Zulema Constante, lésbica de 22 anos, moradora da maior cidade do país, Guayaquil que teve um sequestro arranjado pela própria família, dois meses após sair do armário, e levada para um desses estabelecimentos.
Constante conta que não foi estuprada, mas torturada psicologicamente. “Eles me disseram que eu era ruim, que estava machucando a minha família, sendo manipulada por minha namorada, que Deus fez a mulher para os homens.”
A moça foi forçada a limpar banheiros com suas próprias mãos e teve de comer comida infestada de vermes. Ela conseguiu se livrar de lá após a namorada, Cynthia Rodriguez, denunciar seu desaparecimento.
Ainda assim, a família mentiu dizendo que Constante estava com eles e mandou buscá-la. No táxi, a moça pediu o celular do taxista emprestado e marcou um ponto de encontro com a namorada. Quando o taxista saiu da rota esperada, ela mentiu dizendo que precisava ir ao banheiro e pediu ajuda a um guarda de trânsito.
Constante disse que não falou com sua família desde então. “A primeira vez que vi meu pai, no meu trabalho, eu estava apavorada, eu fugi e me escondi. Eles nunca se desculparam, nunca demonstraram qualquer arrependimento. Eu ainda estou com medo e eu não confio neles.”

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